Embora se atribua a Constantino, o Grande (274?-337 d.C.), o estabelecimento do cristianismo como religião dominante do Ocidente, foi a influência e o trabalho dedicado de sua mãe, Helena (250?-330? d.C.), que aceleraram enormemente a propagação da fé. Alguns historiadores argumentam que Helena se tornou cristã antes de seu filho, tendo sido a responsável por sua conversão. Outros, citando o número de igrejas que ela fundou, consideram-na a Mãe do Cristianismo.
Helena nasceu em Drepanum, na antiga província romana de Bitínia, no golfo da Nicomédia. Filha de um dono de estalagem, conheceu Constâncio (morto em 306 d.C.) quando esse passou pela região em que ela morava durante uma conquista militar. Os dois tiveram apenas um filho, Constantino e, após 19 anos juntos, Constâncio abandonou-a ao se tornar o governante do Império Romano, para que pudesse se casar com a enteada de seu patrão, o imperador Maximanius Herculius.
Após a morte do pai, em 306 d.C., Constantino o sucedeu como imperador e mandou trazer Helena à sua corte em Roma, conferindo a ela o título de Imperatriz Augusta. Para homenageá-la ainda mais, Constantino mudou o nome da cidade onde ela nascera para Helenópolis e fez com que sua imagem fosse cunhada em moedas.
Devota fevorosa, Helena fez uma peregrinação à Terra Santa e visitou Jerusalém em 324 d.C. Ao escavar sob os destroços de um templo pagão, encontrou pedaços de madeira que alegou serem remanescentes da verdadeira cruz onde Jesus Cristo fora crucificado três anos antes. No mesmo local, fundou a igreja do Santo Sepulcro. Helena seguiu então, para Belém, a fim de encontrar o local onde Jesus nascera, e construiu a igreja da Natividade onde julgou ser o lugar certo. Embora esses locais nunca tenham sido autenticados historicamente e sejam, na melhor das hipóteses, palpites bem fundamentados de Helena, as igrejas ainda atraem milhares de peregrinos todos os anos.
Após fundar muitas outras igrejas, Helena voltou para junto de seu filho, que havia mudado sua sede de governo de Roma para Constantinopla, aos 80 anos de idade. Imediatamente após sua morte, Helena foi reverenciada como santa. Constantino a enterrou na câmara imperial da igreja dos Apóstolos, mas por volta de 849 d.C., seus restos mortais foram transferidos para a abadia d’Hautvillers, próximo a Reims, na França, onde seu túmulo continua sendo um lugar de peregrinação. Na Igreja Católica Romana, seu dia é comemorado em 18 de agosto, enquanto na Igreja Ortodoxa Oriental, a festa de Santa Helena é celebrada junto com a de seu filho, em 21 de maio.